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Onda de frio nos EUA derruba hash rate do Bitcoin em 40%; entenda


A época de natal trouxe uma forte onda de frio na América do Norte, sobretudo em grande parte dos Estados Unidos. Como resultado, o poder de processamento da rede do Bitcoin (BTC), ou hash rate, caiu 40% ao longo do final de semana do feriado.

Isso ocorreu porque a onda de frio provocou cortes no sistema elétrico, fazendo com que várias mineradoras desligassem suas máquinas. O desligamento afetou a rede como um todo, que perdeu muito de seu poder de uma forma brusca.

De acordo com o pool de mineração BTC.com, o hash rate de mineração do BTC caiu cerca de 80 exahash por segundo (EH/s) entre 21 e 24 de dezembro. Nesse período, a taxa total saiu de 232 EH/s para 156 EH/s. Já no dia de natal (25), o hash rate voltou para a faixa de 250 EH/s.

No momento da escrita deste texto, a rede possui um total de 226,78 EH/s, cerca de 2,24% a menos do que o registrado em 21 de dezembro.

Mineradoras fecham máquinas

A Foundry USA, maior pool de mineração dos EUA, perdeu mais de 50% de seu hashrate em 23 de dezembro – a maior perda entre os grandes pools do país – de acordo com estatísticas da plataforma de informações Mining Pool Stats.

Empresas como a Riot Blockchain e a Core Scientific, que está passando por procedimentos de falência do Capítulo 11, também reduziram sua atividade. No Texas, principal polo de mineração dos EUA, 99% da carga de mineração de BTC em escala industrial foi desligada às 6h do sábado.

Apesar da recuperação rápida, a queda abrupta no hash rate pode ter consequência para a atividade no médio prazo. Se a onda de frio se prolongar, os mineradores poderão ter que desligar as máquinas novamente, talvez por mais tempo.

O desempenho do hash rate também impacta na dificuldade de minerar novos BTC, que pode aumentar ou diminuir. Com a queda, estima-se que a dificuldade de mineração caia 7,23% no próximo ajuste, previsto para ocorrer em 4 de janeiro. Se confirmada, esta será a segunda maior queda de dificuldade na mineração em 2022, atrás somente dos 7,32% registrados em 5 de dezembro.

Onda de frio incomum

Os Estados Unidos e o Canadá foram atingidos por uma tempestade ártica fora do comum, que derrubou as temperaturas locais. De acordo com os serviços de meteorologia, o frio chegou a extremos de -45°C no estado de Montana, e cobriu o estado de Nova York com até 43 polegadas de neve.

Pelo menos 37 pessoas morreram como resultado da tempestade, informou a CNN. O frio extremo causou um pico de demanda na rede elétrica, por causa do aumento no aquecimento. Diante do cenário extremo, os mineradores decidiram desligar suas máquinas.

A prática, conhecida como redução, é apresentada como uma forma de os mineradores ajudarem as redes elétricas. De fato, a mineração representa um dos maiores consumos de energia, já que as máquinas ficam ligadas 24 horas por dia. Essa demanda garante que os produtores de energia continuem gerando receita para compensar os custos.

No entanto, ela pode ser prejudicial em momentos de pico, como o que ocorreu nos últimos dias. Por isso, os mineradores podem desligar quando a demanda de outras fontes é alta, como durante as tempestades de inverno.

Dennis Porter, coordenador do Satoshi Action Fund, ONG que defende os mineradores de criptomoedas, disse que a redução é uma prova de que eles estão apoiando a rede elétrica. Ou seja, de que os mineradores são parceiros do sistema elétrico, e não inimigos.

Por outro lado, Denis Rusinovich, um minerador baseado na Europa, foi além. Em sua visão, a atividade dos mineradores precisa garantir mais descentralização. Atualmente, a maior parte do hash rate do BTC (quase 38%) vem dos EUA.

“(A onda de frio) Outra confirmação de que a diversificação geográfica do bitcoin é vital”, disse.

Fonte: Investing


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